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Professora de Lingua Portuguesa e Literatura. Encantada e comprometida com a vida.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Kurosawa, Van Gogh e Beethoven

("Corvos" - Sonhos de Akira Kurosawa)

- Por que não está pintando? Pra mim, esta cena é inacreditável. Uma cena que parece pintura não faz uma pintura. Olhando com atenção, verá que toda a natureza tem a sua beleza. E, quando há essa beleza natural, eu simplesmente me perco nela. Então, como num sonho, a cena se pinta sozinha para mim. Sim, eu consumo este cenário natural. Devoro-o completamente! E então, quando termino, a imagem aparece completa diante de mim. Mas, é tão difícil segurá-la aqui dentro.
- E aí? O que o senhor faz?
- Eu trabalho, me esfalfo, arremeto feito locomotiva!
(Transcrição de um dos diálogos do episódio “Corvos” do filme Sonhos de Akira Kurosawa)

Um comentário:

Anônimo disse...

Maravilhoso. É verdade, ele devora, consome a paisagem e toda a sua beleza. Ele compreende a complexidade da natureza. Sempre há beleza nela e ele encontra esta beleza e a devora. Deve ser mesmo muito difícil segurá-la lá dentro...