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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Equilíbrio Psicológico (F.M.)

Por Marcelo Gabriades e Celso Lopes de Souza do Ensino Anglo de Ensino

“O medo é uma pressa que vem de todos os lados, uma pressa sem caminho”
(Guimarães Rosa – Sagarana)

O que você entende por “equilíbrio psicológico”? Alguém “é”equilibrado, ou “está” equilibrado? Qual dos dois verbos seria mais preciso nesse contexto?
O verbo estar nos parece mais apropriado. O equilíbrio psicológico é um processo dinâmico, e não estático. Estamos o tempo todo em busca do equilíbrio. Nesse sentido, os desequilíbrios são absolutamente normais e não devemos temê-los, mas sim achar formas de voltar ao ponto de equilíbrio.
Por exemplo, quando você se pré-ocupa com um pensamento do tipo “acho que não vai dar para alcançar a minha meta”, e não consegue mais se concentrar, você começa a “balançar na corda bamba” do equilíbrio psicológico. O instante presente parece ceder lugar exclusivo àquele pensamento destrutivo.(Trecho adaptado pela autora do Blog)
Fazendo uma metáfora, o equilibrista experiente não arrisca outro passo nessas situações, pois sabe que agindo assim haverá grandes chances de cair. Não recomendamos correr, quando se está com pressa. Pois a pressão, sintoma da “pressa que vem de todos os lados”, dificulta bastante a escolha do caminho a seguir. (...) O verbo “focar” anuncia os pensamentos compensadores que reavaliam o contexto e constroem uma visão menos catastrófica, mais nítida e clara do momento presente. Assim, situações aparentemente sem saída podem ser plenamente manejáveis.


O Grito de Edvard Munch


Análise da Tela “O Grito” de Munch
(Fernanda Moreira)


“O medo é um sentimento que paralisa. O período de imobilidade e tensão é caracterizado pelo aumento de atenção e de vigilância e pela redução da freqüência de batimentos cardíacos, como se o observador se sentisse diante de um perigo iminente.” (Eliane Volchan – UFRJ)
A tela “O Grito” de Munch remete seu apreciador à sensação de medo e angústia absolutos. O sentimento de impotência diante da dependência química, da guerra, da destruição, de uma ameaça, ou de uma catástrofe provocada pelas forças da natureza é retratado com excelência pelo pintor.
O grito que se projeta no infinito não encontra respostas. Diante do caos nada a fazer. As cores escolhidas – o laranja avermelhado quente – sugere o fogo que reduz tudo a cinzas e a um profundo vazio existencial. O azul, uma cor fria, deixa claro que angústia e a dor do grito estão presentes não só no personagem, mas no espaço em que ele está inserido. A paisagem ainda nos sugere as ondas sonoras provocadas pelo grito, única manifestação do horror experimentado pelo personagem. Ondas que poderiam ser também radioativas, no caso de uma conflito nuclear. A dor, que no seu limite absoluto beira a loucura, faz com que se veja o mundo torto, disforme e em desequilíbrio.
Uma figura andrógina e atemporal universaliza “O Grito”. Embora a tela tenha sido pintada em 1893, e seu pano de fundo seja a doca de Oslfjord em Oslo ao pôr-do-sol, podemos contextualizá-la em pleno século XXI e utilizá-la para ilustrar o desespero e a falta de perspectiva dos jovens dominados pelo uso abusivo de drogas.

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